GELAFOL

GRUPO DE ESTUDOS LITERÁRIOS NA AMAZÔNIA E FORMAÇÃO DE LEITOR (GELAFOL)

Os estudos desenvolvidos pelo GELAFOL apontam para uma situação no mínimo contraditória: a escassez de material crítico e didático para se trabalhar com a literatura produzida na Região Norte. Tal fato resulta em uma realidade preocupante, já que pouco ou quase nada do imaginário amazônico é trabalhado em nossas escolas.

A falta de um material crítico e didático que tenha como base os textos dos escritores da região Amazônica e que sirva de auxílio ao trabalho do professor de Ensino Médio e Fundamental tornou-se o centro de nossa pesquisa. Esta lacuna é comprovada em todos os níveis da Educação Básica. Um levantamento feito pelo professor Paulo Demetrio Pomares aponta para um fato curioso: mais de 95% dos textos literários que compõem os livros didáticos adotados pelas escolas públicas no Pará são de autores de outra região do país.¹ Contrariamente a essa realidade, é mais do que conhecida a ideia expressa nosParâmetros Curriculares Nacionaisde que o currículo para a Educação Básica “são abertos e flexíveis,podendo ser adaptados à realidade de cada região”.² Sem as devidas adaptações, necessárias para fazer do processo de formação de leitor um processo contextualizado, o trabalho do educador perde um elemento fundamental que pode servir de estratégia de sedução do leitor em potencial: a identidade cultural dos educandos, traços afetivos entrelaçados nas malhas do texto literário.

Compreendendoa necessidade de suprir essa lacuna o GELAFOL, promove seus estudos com a finalidade de produzir material crítico e didático a partir da literatura local para ser trabalhado em sala de aula do Ensino Básico. Contudo, entendemos que, para alcançar o melhor resultado em nossa pesquisa, se faz necessário chamar para o centro do debate, outros pesquisadores que já trabalham com o tema, os professores do ensino Médio e Fundamental que estão diretamente envolvidos com o processo de formação de leitor, bem como escritores locais envolvidos no imaginário amazônico.

Refletir sobre essa realidade é buscar meios para desenvolver um estudo que dê suporte crítico e didático aos textos literários produzidos na Amazônia. 


[1] O dados apresentados pelo estudos do Professor Demetrio são preliminares, pois a pesquisa se encontra ainda em fase de desenvolvimento, o que indica que esse percentual pode ser ainda maior. 

[2]As palavras são do então Ministro da Educação e do Desporto, Paulo Renato Souza, na apresentação dos Parâmetros.In: BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais: língua portuguesa / Secretaria de Educação Fundamental. – Brasília, 1997.